Talvez você já tenha visto por aqui, mas não custa relembrar que a falta de planejamento de uma empresa pode levá-la a fechar as portas precocemente. É o que sentencia o estudo Causa Mortis de Empresas no Brasil, publicado em 2017 pelo Sebrae.

Deixar de planejar os negócios é como pegar uma estrada sem destino. Você pode até chegar em algum lugar bonito e acolhedor, mas o mais provável é que passe muito sufoco ao longo do trajeto.

O planejamento, por sua vez, também não é um esquema rígido e imutável, que deva ser seguido custe o que custar. Afinal, cada vez mais a tecnologia e o uso intensivo da internet impõem mudanças em ritmo frenético. O que dá certo hoje pode não dar mais amanhã.

No entanto, existem desafios que só podem ser superados quando a empresa conta com mecanismos de antecipação. Assim sendo, é muito importante aprofundar-se em um plano que aumente a sua margem de manobra em casos emergenciais ou estratégicos. Vamos avançar sobre esse assunto agora?

Planejamento estratégico: etapa essencial em microempresas

Seja em fase inicial, embrionária ou para negócios que já estão na estrada, o planejamento de uma empresa é vital para garantir o sucesso em curto, médio ou longo prazo. No Brasil, país em que o empreendedorismo por necessidade é mais comum do que deveria, a rotina é começar uma atividade apenas para garantir a subsistência. Ou seja, tudo é feito a toque de caixa, sem observar as ameaças e oportunidades que vêm de fora.

Quando é assim, também é comum que o negócio tenha início sem contar com o planejamento dos investimentos. Na sequência, o que acontece? A empresa investe sem saber que tipo de retorno será percebido, muito menos em quanto tempo isso acontecerá.

Dessa forma, tudo vai sendo feito na base do improviso, e o processo que leva à tomada de decisão, quando existe, é sempre muito frágil. O empreendedor faz de um jeito porque viu outro fazer ou porque disseram que assim seria melhor.

Portanto, o planejamento é fundamental para garantir que as suas atividades possam se sustentar ao longo do tempo, sem depender do acaso ou apenas da conjuntura externa. É ele que vai te dar a segurança necessária para decidir o que, como, quando, onde e porque fazer.

O que avaliar antes de desenvolver um planejamento estratégico?

Antes de planejar um negócio, é recomendável dedicar-se também ao planejamento pessoal. Empreender toma tempo, dá muito trabalho e o normal é que as jornadas se estendam muito além das 8 horas regulamentares previstas na CLT.

Logo, quem não estiver preparado para uma rotina tão intensa deverá reavaliar se pode continuar ou dar início a um negócio, próprio ou em sociedade. Outro aspecto que deve ser considerado é o chamado timing.

Por essa perspectiva, será que você não está considerando fazer um planejamento quando já é tarde demais? Ao planejar, uma das ideias centrais é justamente evitar que empresa chegue a uma situação crítica. Claro que um plano é sempre a melhor resposta, inclusive para solucionar crises e amenizar os efeitos de eventuais redução nos lucros. Entretanto, esse não é o cenário ideal.

Por isso que o planejamento de uma empresa está invariavelmente atrelado a objetivos. Quando você projeta o que quer para o futuro, dificilmente verá o seu negócio em maus lençóis e por um motivo simples: a empresa tem um rumo, uma orientação.

Planejar é o mesmo que tornar a sua empresa e as pessoas que estão nela capazes de evitar as ameaças da concorrência e da conjuntura econômica desfavorável. Logo, esses aspectos deverão ser avaliados, antes que você tome a iniciativa e para que seu planejamento permita chegar aonde você deseja.

4 erros comuns no planejamento de uma empresa

Entender a importância do plano estratégico de negócios e ponderar criteriosamente antes de adotá-lo é fundamental para atingir suas metas. Quem deixa de avaliar os aspectos destacados anteriormente, em geral, acaba cometendo os seguintes erros ao longo do processo:

1.Não analisar a situação atual da empresa

Ok, você já sabe que sua empresa anda caótica em seus processos. Sabe também que as pessoas não se entendem em suas funções ou que os lucros estão diminuindo, enquanto despesas aumentam.

Saber que os problemas existem de forma genérica, por si só, não é um bom ponto de partida para planejar o que fazer. Quando se trata do planejamento de uma empresa, sua lupa deverá aproximar-se ainda mais daquilo que deseja conhecer. Em outras palavras, não há plano quando não se conhece a sua realidade em detalhes.

Naturalmente, esse conhecimento deve ser traduzido em números, extraído de relatórios contábeis, do controle do fluxo de caixa, balanços patrimoniais e outras ferramentas. Ou seja, você só conhecerá sua real situação se ela puder ser traduzida em dados.

2.Não delegar

Outro grande erro em planejamentos que não dão certo é a falta de habilidade para delegar tarefas. Nesse sentido, a falha acontece no planejamento operacional, parte da estratégia em que as ações tomam forma. Sendo assim, não delegar ou confiar aos profissionais errados a execução das atividades é um tremendo erro.

3.Falta de comunicação

Já dizia Galileu Galilei que “quanto menos alguém entende, mais quer discordar.” A falta de compreensão leva a um estado de insegurança sobre o que a empresa faz, o que ao longo do tempo leva à desmotivação. Por isso, ao definir um planejamento, comunique a todos claramente quais são os objetivos.

Envolva as equipes, atribua tarefas compatíveis com suas habilidades, sempre pautado pelo feedback que seus profissionais fornecem. Afinal, nenhuma empresa prospera sem a valiosa ajuda do seu ativo mais importante: as pessoas.

4.Falta de definição de indicadores

Outro erro fatal é definir objetivos sem vincular indicadores de performance para seu acompanhamento posteriormente. Em vendas, por exemplo, deixar de utilizar métricas como ticket médio, oportunidades abertas e taxa de sucesso é um grande contrassenso. Portanto, ao definir uma ou mais metas, não deixe de definir também quais indicadores serão usados para avaliar se elas estão sendo alcançadas.

O planejamento de uma empresa não acaba assim que ele é colocado em prática. Trata-se de um componente de gestão que precisa ser constantemente reavaliado, até porque, como destacamos, existem imprevistos que exigem capacidade de adaptação. Seja disciplinado ao planejar, mas sem deixar a criatividade de lado, se assim for necessário.

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