Um dos principais desafios enfrentados por quem está à frente de um empreendimento é saber desenvolver uma boa gestão financeira e sair da prejudicial situação de inadimplência. Sobretudo no estágio inicial de um negócio, quando orçamento é mais limitado, a inadimplência pode se tornar um grande problema, afetando diretamente o seu crescimento e as suas chances de sobrevivência no mercado.

Por essa razão, é muito importante que gestores, líderes e empreendedores estejam cientes do impacto que a gestão financeira tem para os rumos de uma empresa, buscando sempre se informar e se aprimorar nesse aspecto, a fim de que tenham mais conhecimento e habilidade para gerenciar esse importante pilar dos negócios.

Diante da relevância que esse tema tem no contexto empresarial, preparamos este artigo destacando 8 formas para sair da inadimplência e desenvolver uma gestão financeira eficiente dentro de uma empresa. Continue a leitura e aprenda mais sobre o assunto!

Quais são as causas do endividamento das empresas?

Antes de falarmos sobre como tirar uma empresa do vermelho, é muito importante que saibamos quais são os principais motivos que levam um negócio à temida e prejudicial situação de inadimplência. Já adiantamos, nesse sentido, os motivos que ocasionam essa situação podem ser diversos.

Por isso, é muito importante estar atento a cada um deles. A seguir, listamos alguns dos principais causadores do endividamento de empresas. Acompanhe!

Falta de conhecimento

Sem dúvida, um dos pontos que mais contribui para o endividamento de uma empresa é a falta de conhecimento dos gestores e líderes sobre as rotinas administrativas/gerenciais necessárias à boa condução de um negócio.

Como se sabe, gerir um empreendimento, hoje, é uma tarefa altamente técnica, dada a alta competitividade existente no mercado e a diversidade de normas, regulamentos, expedientes contábeis e variáveis que precisam ser acompanhadas com muito rigor, especialmente no estágio inicial de um negócio.

No entanto, nem sempre o empreendedor tem o conhecimento necessário para administrador todos esses pontos. Às vezes sobra determinação e vontade de fazer o melhor, mas falta um certo conhecimento técnico. Essa realidade acaba abrindo margem para que erros ocorram na gestão financeira, tendo como um dos seus reflexos mais comuns o endividamento do negócio.

Nesse contexto, destacamos a importância de se investir em cursos para empreendedores, participação em eventos da área e na troca de experiência com outros profissionais. Essas ações são primordiais para se aprimorar e crescer como empreendedor.

Ausência de um planejamento estratégico para o negócio

Outro fator que está diretamente ligado ao endividamento de empresas é a falta de um planejamento estratégico. Muitos empreendedores negligenciam esse importante instrumento, seja por falta de conhecimento, seja por acreditar que ele é dispensável. Contudo, esse é um erro grave.

O planejamento estratégico é o ponto de partida de uma empresa. É a partir dele que se planeja o seu futuro, definindo a trajetória, as metas, as estratégias mais alinhadas e a forma como os recursos disponíveis serão utilizados para que os objetivos sejam alcançados.

Na prática, a ausência de um planejamento deixa a gestão com muitas arestas. Esse fato pode gerar descontrole, decisões equivocadas e assunção de riscos sem a devida avaliação. Tudo isso pode acabar convergindo em prejuízos financeiros e, também, no endividamento. Além disso, o planejamento estratégico é essencial para se antecipar tendências e desafios, preparando a empresa para atuar em diferentes cenários, se mantendo sólida e em conformidade com os seus objetivos.

Desorganização na gestão das informações

Não se pode deixar de mencionar a desorganização como um dos causadores do endividamento de negócios. Na prática, muitas empresas têm dificuldade para desenvolver uma gestão financeira efetiva pelo simples fato de que não organizam as informações como se deveria.

Ter controle sobre os ativos e passivos, entradas e saídas de capital, custos fixos e variáveis, além de outros pontos que interferem nas finanças da empresa é primordial. Uma boa gestão só é possível quando há transparência, visibilidade sobre tudo que está acontecendo.

No entanto, muitos empreendimentos pecam nesse sentido. É importante mencionar que, atualmente, softwares e sistemas auxiliam na gestão financeira, automatizando grande parte dos processos — o que é uma ação altamente positiva.

8 medidas que podem tirar o negócio do vermelho

Agora que você já conhece alguns dos principais causadores do endividamento de empresas, podemos avançar e falar sobre como reverter essa situação e colocar o negócio para operar de forma saudável, livre da inadimplência.

Adiante, listamos uma série de boas práticas que podem contribuir com a gestão financeira da sua empresa, minimizando bastante os riscos de endividamento. Continue a leitura e confira!

1. Identificar as causas do problema

O que levou a empresa a sair do caminho planejado para entrar nas dívidas que, hoje, atrapalham tanto o seu negócio? Identificar a base do descontrole das finanças é o primeiro passo para colocá-la de volta no trilho.

Portanto, comece elaborando o diagnóstico das suas dívidas para que você possa tomar as decisões certas rumo à correção desses problemas. Um bom começo é verificar todos os valores que entram e saem, assim como as datas em que isso ocorre, detalhadamente.

Essa análise permitirá que você descubra onde estão os “furos”, ou seja, por onde está “vazando” dinheiro. Somente assim você e sua equipe poderão descobrir como começar a solucionar o problema, fazendo um novo planejamento financeiro para o negócio.

2. Elaborar fluxo de caixa

O fluxo de caixa vai ajudar o gestor a entender de forma mais precisa quais são os gastos e as receitas e de que forma eles acontecem em seu negócio. A falta de controle do caixa, inevitavelmente, é um dos fatores que contribuem para que a empresa acabe ficando no vermelho ou se veja contraindo dívidas e, até mesmo, tornando-se inadimplente.

Com o fluxo de caixa atualizado diariamente, vai ser mais fácil identificar em que setores os gastos podem ser reduzidos ou formas de antecipar créditos. Além disso, essa é a forma mais eficiente de se entender a real situação financeira da empresa.

3. Estabelecer metas e monitoramento financeiro

Entender melhor como os recursos financeiros estão sendo aplicados e, principalmente, se estão surtindo os efeitos desejados, é muito importante. Isso porque, se o objetivo é equilibrar o orçamento, é essencial que o dinheiro seja empregado da forma mais estratégica, priorizando atividades e realizando os cortes que forem necessários.

Vale lembrar que é preciso fazer uma análise aprofundada antes de decidir por cortes, para que não faltem investimentos em áreas fundamentais para a empresa, como compra de insumos. Também não vale a pena reduzir custos com áreas que costumam trazer resultados positivos para o negócio, como marketing, ou ferramentas que ajudam a aumentar a produtividade de funcionários.

4. Identificar as dívidas

Se o objetivo da empresa é sair da situação de inadimplência, é preciso antes entender contra o que se está lutando. Ou seja, antes de qualquer decisão, é altamente recomendado que os gestores e líderes identifiquem as dívidas, até para que possam ter uma noção mais concreta sobre a real saúde financeira do negócio.

Essa é uma etapa importante, pois a depender da natureza da dívida, diferentes medidas poderão ser tomadas. Por exemplo, se a empresa tem dívidas em aberto com o Fisco, existem programas de parcelamento de débitos tributários e fiscais. Essa pode ser uma alternativa interessante para se evitar o agravamento da dívida.

Por outro lado, se existem débitos junto a instituições financeiros, pode-se buscar uma negociação em relação a prazos, abatimento de juros e até por meio de um parcelamento. É importante que cada opção seja devidamente analisada, para que a empresa não se endivide novamente.

5. Buscar a renegociação das dívidas

Se a sua empresa já chegou em um ponto em que não consegue honrar as dívidas, é hora de chamar os credores para fazer a renegociação do pagamento. Para isso, faça uma análise do quanto está devendo e de quais instituições ou empresas poderão atender ao seu pedido de negociação com mais vantagens, sem prejuízo no relacionamento com elas.

É possível oferecer parcelamento ou pedir extensão de prazos, de acordo com o orçamento do seu negócio e suas possibilidades de quitação dos débitos. Não se esqueça de que, após renegociada, a dívida deve ser paga em dia para que a credibilidade da sua empresa não seja colocada em risco.

Também é preciso avaliar com cautela a cobrança de juros e analisar os melhores meios de obter os recursos para a quitação de débitos, sem que haja mais prejuízos para a empresa. Durante a renegociação, também é necessário usar alguns princípios para que a imagem da sua empresa não seja manchada, tais como:

  • transparência;
  • boa comunicação;
  • parceria para a solução dos problemas.

6. Planejar-se para evitar problemas futuros

É durante o período em que a empresa passa por esse tipo de problema que o gestor deve assumir a posição de comando com mais força, tomando a frente das decisões que vão ajudar o negócio a sair do vermelho e retomar o caminho em busca da saúde financeira.

Enquanto está renegociando as dívidas e sanando a situação, o empresário precisa começar a promover mudanças para que a empresa não caia mais nesse tipo de encrenca financeira. Para isso, agir de forma planejada é sempre o melhor caminho.

Então, a orientação é planejar o futuro do negócio, considerando os desafios e oportunidades que poderão surgir. É preciso que as principais variáveis sejam consideradas nesse planejamento, pois assim se evita que decisões precisem ser tomadas repentinamente ou que surpresas surjam no meio do caminho.

7. Separar contas pessoais das contas da empresa

Essa é uma dica que está na maioria dos conteúdos em que abordamos a gestão financeira de microempresas, mas sempre vale ser lembrada se pensamos em como sair da inadimplência. As contas pessoais devem ser devidamente separadas das contas da empresa para que não haja uma tendência a “sequestrar” as reservas do negócio para sanar as suas próprias dívidas.

Esse tipo de comportamento, embora comum, é altamente prejudicial para a saúde do negócio. É preciso ter um controle rígido entre finanças pessoais e empresariais, até para que os gastos do empreendedor em casa não afetem o negócio, e nem o contrário.

8. Buscar alternativas para controle financeiro por meio da tecnologia

Esse controle financeiro será muito facilitado se a sua empresa começar a usar a tecnologia para a gestão dos seus negócios. Existem bons programas no mercado voltados à gestão financeira e à elaboração do fluxo de caixa que favorecem o controle e ajudam a evitar as dívidas. Confira dois exemplos:

  • Consulta Serasa, na hora de escolher os clientes e liberar crédito ou fazer vendas parceladas e, assim, não se tornar uma vítima da inadimplência de que tanto quer se livrar. A ferramenta permite que o empreendedor conheça o Score da empresa consultada ou da pessoa física com quem vai negociar, reduzindo os riscos da transação;
  • Serasa Recupera. A partir de um cadastro rápido e gratuito, você poderá consultar as suas dívidas com os parceiros do sistema, analisar as melhores condições de pagamento com os credores e fechar acordos, liberando o CNPJ para fazer novos negócios de forma segura e facilitada.

Como evitar novas dívidas?

É bem verdade que todas as orientações listadas até aqui são formas eficientes de se desenvolver uma gestão de sucesso e evitar novas dívidas. No entanto, existem outras atitudes que o empreendedor deve tomar para não ver a sua empresa repetindo o quadro da inadimplência. Vejamos!

Tenha controle sobre tudo que acontece

Inicialmente, a palavra de ordem para uma gestão financeira eficiente é controle. É muito importante que se tenha visibilidade sobre os gastos, custos, ativos e passivos do negócio, de modo que se possa entender tudo que acontece com o orçamento. Sem essa visão, certamente erros ocorrerão e as dívidas vão surgir.

Tenha cuidado com empréstimos

Outra orientação para que você não se veja endividado novamente é não ir em busca de instituições financeiras sem o devido estudo. Os empréstimos até podem ser uma alternativa para tirar o negócio do vermelho, mas, quando contraídos de forma impensada, podem endividá-lo ainda mais, caso não se tenha condições de arcar com os pagamentos em dia, por exemplo.

Muitas empresas acabam enxergando os bancos como a única solução para as dívidas, mas acabam colocando a empresa em uma situação ainda mais arriscada, já que os juros praticados costumam ser bastante elevados.

Por fim, entender como sair da inadimplência e usar as ferramentas corretas para colocar o negócio nos trilhos para evitar problemas futuros são passos importantes para manter a sua gestão financeira da sua empresa em dia. Além disso, favorece a tomada de decisões para investimentos mais sustentáveis e que ajudarão a fazer com que o empreendimento sobreviva aos altos e baixos da economia e a sua jornada no empreendedorismo seja ainda mais positiva.

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